ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ROTARY EM AÇÃO_ Partivipe!




PRIMEIRO EVENTO:

ALMOÇO DO ROTARY CLUBE RECIFE- BRUM EM HOMENAGEM AOS PARTICIPANTES DO O 25º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.

O comp Pedro Gaudêncio de Castro, presidente do Rotary Club do Recife – Brum, tem o prazer e a honra de convidar a todos os companheiros para a reunião rotária da próxima terça-feira, dia 22 de setembro, no salão de festas do Círculo Militar do Recife, à Av. Agamenon Magalhães, nº 2807, às 12h30min.

Na ocasião será proferida palestra pelo Secretário Estadual de Recursos Hídricos e presidente da COMPESA, Dr. João Bosco de Almeida, sob o tema: “Saneamento Ambiental: Universalização é Justiça Social”

A reunião é em homenagem aos rotarianos e convidados, participantes do 25° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

O almoço rotário faz parte da programação oficial do Congresso, a exemplo do ocorrido em congressos anteriores. Servirá para recuperação de frequência, confraternização, informação e divulgação do Rotary (imagem pública).

O preço de ADESÃO ao almoço será de R$20,00, para uma participação estimada de 100 pessoas.

SEGUNDO EVENTO:

PALESTRA DO DIRETOR MÁRIO ANTONINO NO CONGRESSO DA ABES

Um outro momento importante em que a representação do Rotary se fará presente será durante o painel sobre Disponibilidade e Mecanismos Financeiros para Garantia de Investimentos no Setor, que ocorrerá no mesmo dia 22 de setembro, das 14:00 às 16:00hs, na sala Beberibe do Centro de Convenções de Pernambuco, segmento que será composto pelos seguintes palestrantes confirmados: Sr. Rogério Tavares (CAIXA), Sr. Élvio Gaspar (BNDES), Sr. Oswaldo Serrano (BNB) e Sr. Federico Bassañes (BID), tendo o Diretor de Rotary International, Mário de Oliveira Antonino, como um dos debatedores

O congresso se realizará no período de 20 a 25 de setembro, no Centro de Convenções de PE. Contará com múltiplas atividades de instrução, atualização e treinamento, além de uma grande feira de tecnologia, materiais e equipamentos. A previsão é de cerca de 4500 inscritos e de 10.000 visitantes na feira. O programa poderá ser acessado no site:

http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/25cbes/PO.pdf

Estão convidados os membros do Clube de Engenharia de PE, CREA e demais Rotary Clubs do Recife.

OBRIGADO.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

NOSSA REUNIÃO FESTIVA




Sexta-feira, 25 de setembro de 2009.
Muita amizade foi a tônica da reunião festiva no apê de Alberto e Helena Bittencourt, à rua Estrela, bairro do Parnamirim, Recife, PE.
Do décimo - segundo andar do Ed. La Maison, a paisagem urbana do aprazível bairro se descortinava tranqüila, enquanto o bate – papo fluía alegremente. A temperatura amena e a brisa suave colaboraram para que os companheiros se espalhassem pela sala e varandas, num clima de muita confraternização.
Helena se esmerou nos salgadinhos e no repasto servido por atenciosos colaboradores.
Compareceram para animar a festa, alguns dos sempre bem vindos amigos, ex-integrantes dos quadros do Boa Viagem: Octácio e Ana; Eunando e Ana Lúcia; Conceição; Enoc e Albertina; Glorinha Aguiar; Jorge e Mônica; Alberto Cardoso e Jacyra.
Entre os sócios do clube, compareceram: Evaldo e Yvone, com a filha Yvoninha e o genro Bené; Rivaldo Rabelo, sem a sua Mavi, que não pode comparecer; Manoel e Teresinha; Cid e Fátima; Bartolomeu e Cristina; Paulo e Regina; Maria Flory, Francine e Ana Julia; Gracinha Silvestre; Caio, de malas prontas para ir morar em Fortaleza; Emil Casseb; Aldonso e Gilma; Nelson e Nelma Quaiotti.
Como de praxe, a coleta de R$ 10,00 por pessoa para a Fundação Rotária resultou numa arrecadação recorde de R$380,00.
Helena e Gilma, aniversariantes do mês, sopraram as velinhas. Fernando Cerqueira, que também aniversaria em setembro, não pode comparecer por se encontrar em viagem, na Geórgia, EUA.
Lamentamos a ausência de alguns companheiros, em especial do nosso presidente Corsino e Gracinha. O casal se encontra no momento em Dallas, EUA, aguardando a chegada de mais um neto, desta vez o segundo da filha Luciana. Sentimos muito a falta de Antonio Gouveia e Rosa Amélia, Romildo e Diana, Resielio e Eliane, Thais e Elinaldo, Sena e Dete, Carlos Roberto e Maria Helena, Djalma, Evandro e Sonia, Jones e Socorro, Jorge Lobo e Aída.
Está de parabéns o nosso querido Boa Viagem, o FEIXE DE VARAS, demonstrando que está sempre unido e cada vez mais forte.

NABIH, O ALFAIATE




O ALFAIATE
'De todos os homens que conheço o mais sensato é o meu alfaiate.
Cada vez que vou a ele, toma novamente as minhas medidas.
Quanto aos outros, tomam a medida apenas uma vez e pensam que seu julgamento é sempre do meu tamanho'
George Bernard Shaw.





NABIH, O ALFAIATE
Alberto Bittencourt - set 2009



Conheci Nabih e a esposa Sania, no Instituto Rotary Brasil de Gramado, RS. O encontro se deu no jantar do presidente de RI, John Kenny, na noite do sábado, dia 05de setembro de 2009.
Entrei sozinho, no grande salão, pois Helena, acometida de ligeira indisposição, ficara repousando no quarto do hotel. Deparei-me logo com Eudes de Souza Leão Pinto, rotariano exemplar de meu distrito, junto a esse extraordinário casal, para mim ainda desconhecido.
Feitas as apresentações, convidaram-me a tomar assento à mesa.

Tratavam-se de Nabih Abou El Hosn, brasileiro naturalizado e esposa Sania. Assim que os conheci, passei a admirá-los. Moram em Belém do Pará, Distrito 4720. Ele foi governador do Rotary, no período de 1991-92. Pelo entusiasmo, antevi ser um grande líder.

Libanês de nascimento, em 1947, aos 16 anos de idade resolveu deixar a terra natal, a família e tentar a vida, sozinho, na América. Largou tudo para trás e tomou um navio com destino a Belém do Pará, onde viviam alguns parentes e amigos da família. O navio veio fazendo escalas em cinco portos para, finalmente, dois meses depois, chegar à terra prometida.

Enquanto sorvíamos um bom vinho, ao som da orquestra que nessa altura tocava músicas suaves, Nabih ia contando passagens de sua vida. Falou que está terminando de escrever um livro de memórias. Pretende lançar no início do próximo ano, no Brasil, Inglaterra, Portugal, França e Líbano, já tendo feito ele mesmo, as versões para os idiomas de cada país. 

É uma verdadeira epopéia, a história desse libanês. Um exemplo de vida, uma memória digna de ser perenizada, tornada imortal, para ser venerada pelos trinetos dos seus trinetos, nos próximos séculos, como ele mesmo observou.

Nabih chegou à Belém já dominando o ofício de alfaiate. Naquele tempo, disse ele, era costume se ensinar um ofício aos jovens. Com a ajuda dos parentes, começou logo a trabalhar. Certo dia acompanhou, por acaso, um tio numa visita ao interventor federal no estado do Pará, coronel José Faustino dos Santos e Silva, ainda no ano de 1947. Vendo-o tão jovem, o interventor lançou-lhe um desafio: 
Seria você capaz de fazer-me uma roupa com este tecido do mais puro linho irlandês?
Nabih não titubeou, fez que sim. O interventor agradou-se do trabalho do jovem, ficou freguês.
A notícia se espalhou. Nabih, ficou famoso. Tornou-se o mais procurado alfaiate de Belém.

Apesar da pouca idade o sucesso não lhe subiu à cabeça. Trabalhou duro. Logo, tinha sua própria alfaiataria. Daí, pulou para uma indústria de confecções. Hoje comanda um importante grupo empresarial e industrial, na construção de residências para vivos e mortos no qual trabalha toda a família.

Nabih amargou 18 anos de viuvez do primeiro casamento, no qual fora muito feliz, até encontrar Sania, no Líbano. Como o marido, a jovem senhorinha aqui chegou sem falar uma palavra de português, sem nada conhecer dos nossos costumes, inexperiente e tímida. Ao vê-la hoje, desembaraçada e falante, ninguém imagina como podem ter sido seus primeiros anos no Brasil.
 
Nabih ama o Brasil e o Rotary. É um rotariano exemplar. São suas as seguintes palavras:
Como governador do Rotary, Distrito 4720 do ano 1991-92, tive o privilegio de fundar Rotary Clubs no distrito 2450 em 1997 no Líbano, minha terra natal. Esse distrito integra 6 países do Oriente Médio. Anualmente o visito para promover informação rotária e trocar idéias sobre a nossa instituição.
Como a convenção anual do Rotary acontece no mês de junho, já programo no roteiro passar pelo Líbano, se a convenção é na Europa. Quando é nos Estados Unidos, participamos de outro evento no dia 04 de julho, que é a Convenção Anual da família Abou El Hosn.
A convenção de Birmingham foi a minha 18ª participação em convenções anuais do Rotary.


O país trouxe para Nabih e Sania a realização dos sonhos. Foi do trabalho suado desses emigrantes, com honestidade e seriedade que o Brasil progrediu, cresceu e se desenvolveu. Eles constituem um exemplo para todos nós.
Quisera que nossos políticos tivessem essa mesma empreendedora visão. Que deixassem de lado apenas o interesse pessoal e imediatista, que pensassem mais nos tempos das gerações futuras, no Brasil de amanhã.
Que este país deixe de ser apenas um sonho, o país do futuro. Que chegue o presente, com menos miséria, menos violência, mais justiça social.
Obrigado queridos amigos imigrantes.
Obrigado, Nabih e Sania.
Que Deus os proteja.


domingo, 27 de setembro de 2009

Discurso do Curador SAKUJI TANAKA

Resumo do Discurso do Curador da Fundação Rotária SAKUJI TANAKA no XXXII INSTITUTO ROTARY DO BRASIL de Gramado,RS, 05 de setembro de 2009

A – CONTRIBUIÇÕES PARA A FUNDAÇÃO ROTÁRIA:
O curador iniciou seu discurso informando que, no ano rotário 2008-09, as contribuições para a Fundação Rotária continuaram expressivas, apesar da crise econômica mundial, a saber:

ARRECADAÇÃO US$ OBS
1. Fundo Anual de Programas: 98,683,380.00
2. Pólio Plus: 29,653,476.00 180% a mais que no último ano
3. Fundo Permanente: 11,508,440.00
4. Outras contribuições: 19,070,653.00
5. Contribuição total: 158,915,949.00 apenas 4,32% menor que no último ano

A contribuição para o Desafio de Rotary de US$ 200 milhões para erradicar a Pólio já atingiu mais de US$ 91 milhões até agora, aí incluídos doações em dinheiro e transferências dos FDUCs.

B – PROGRAMAS EDUCACIONAIS DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA:
No ano rotário 2008-09, foram concedidas 760 bolsas educacionais e 100 Bolsas Rotary pela Paz Mundial.
Foram também enviados 560 grupos de IGE, representando mais de um por distrito. Mandamos mais de 2.600 pessoas de 100 países para aprender sobre a vida, trabalho e cultura em outro país.

C – PROGRAMAS HUMANITÁRIOS DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA:
Em 2008-09 tivemos de reduzir nossos fundos aplicados em Subsídios Equivalentes, encerrando o programa poucas semanas mais cedo do que o normal.
Mesmo assim, aprovamos:
• 1.503 Subsídios Equivalentes, totalizando mais de US$ 16 milhões,
• 401 Subsídios Distritais Simplificados, envolvendo mais de US$ 7,5 milhões.
• 16 projetos 3H, equivalentes a US$ 4,4 milhões.

D – PLANO VISÃO DE FUTURO DA FR:
Em junho de 2009, a FR selecionou 100 distritos de 74 países para participar de um projeto piloto do Plano Visão de Futuro a ter início em julho de 2010. No total, se inscreveram 277 distritos dos 531 existentes no mundo. Os 100 distritos foram selecionados pela localização, tamanho, histórico de patrocínio de projetos de subsídios, contribuições anuais e administração. Há 8 distritos do Brasil incluídos nesta seleção.
Em janeiro, os governadores eleitos e oficiais distritais da FR receberão treinamento antes da Assembléia Internacional de San Diego.
Os materiais que serão enviados aos distritos-piloto incluem uma newsletter mensal que estará disponível para todos os rotarianos interessados. Para se inscrever, entre na página do Rotary (www.rotary.org), com os termos de busca “future vision newsletter” (em português: “visão futuro boletim”).
Subsídios Globais da FR poderão ser usados apenas nas 6 áreas de foco abaixo:
- Instrução básica e educação
- Saúde infantil e materna
- Prevenção e tratamento de doenças
- Desenvolvimento econômico e comunitário
- Paz e resolução de conflitos
- Água e saneamento
Durante este ano de treinamento a FR estará trabalhando para estabelecer parcerias estratégicas com organizações e corporações que tenham demonstrado experiência em uma ou mais dessas 6 áreas de foco.

E- MODIFICAÇOES ADOTADAS NOS PROGRAMAS EM 2009-10
Vários programas foram extintos: bolsas culturais, bolsas de mais de um ano, bolsas para professores universitários e subsídios para recuperação de desastres.
Tivemos que reduzir significativamente o orçamento dos Subsídios Equivalentes a partir de 2009-10.
Com a perda de valor nos investimentos da FR, os Curadores debitaram toda a perda ao Fundo Mundial, com isto, todos os distritos terão seus FDUCs preservados integralmente para trabalhar em 2009-10.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A LIÇÃO DE HALLAGE


A LICÃO DE HALLAGE
Alberto Bittencourt - setembro 2009


Antonio Hallage, diretor de Rotary 2009-2011




O Diretor Convocador do XXXII Instituto Rotary Brasil de Gramado, Antônio Hallage, ao encerrar o Seminário de Desenvolvimento do Quadro Social, na tarde do dia 03 de setembro de 2009, teceu brilhante e inspirador comentário.

Disse o diretor de RI que, a primeira coisa que os rotarianos devem fazer com o novo sócio, recém tomado posse, é apresentá-lo aos projetos e realizações do clube. 

Levar o novo sócio para conhecer os trabalhos efetivos do clube, deve ser o primeiro passo, disse. Tal deve acontecer antes mesmo da tão necessária Instrução Rotária. Esta é fundamental, mas pode ser feita depois, há tempo para isso. Há muitos companheiros para cuidarem da Instrução Rotária, esclareceu. É imperioso demonstrar logo de início, ao novo sócio, que o Rotary não é só teoria, que a filosofia do Rotary, não é constituída apenas de palavras. 

Tal foi a grande lição do diretor Hallage. 

Rotarianos devem levar o novo sócio, antes de tudo, para conhecer de perto as instituições apoiadas pelo clube. Falar com as crianças, idosos, deficientes, enfermos, beneficiários dos projetos, pode ser o grande fator de motivação, para que o novo sócio acredite na força do Rotary. Sentir na pele o drama da miséria, o sofrimento dos desprovidos, as carências, o desconsolo, o abandono, a desesperança, é essencial.

A parte teórica, a informação, os ensinamentos, a Instrução Rotária, podem vir depois, no devido momento. Há bastante tempo para que os líderes transmitam ao novo rotariano os conhecimentos que serão o alicerce, a base de seu futuro em Rotary.

É conhecendo primeiro o lado operacional do clube, vendo, vivendo e aprendendo, que o novo sócio vai adquirir motivação para permanecer, se tornar atuante, produtivo, militante, um ativista social, disponível, engajado e comprometido com o trabalho.

Parabéns, portanto, ao diretor Hallage, por suas inspiradoras palavras. 

Que uma Comissão de Rotarianos do Clube se encarregue de fazer, junto do novo sócio, a programação das visitas às áreas de atuação do clube. 

Que o novo sócio veja de perto o que se passa nas creches, orfanatos, escolas, centros de recuperação de drogados, de deficientes, hospitais, favelas, palafitas. 

Que o novo sócio conheça os clubes de jovens, os NRDCs, tudo o que se faz, pois somente vendo, vivendo e aprendendo, é que ele se transformará num verdadeiro rotariano.

Com freqüência nos deparamos com novos companheiros que tomam posse mas restam apáticos, insensíveis, indiferentes, desmotivados. Esses terminam por desistir. 

E por desconhecerem o que o Rotary faz, saem falando mal: que o Rotary só é bom na teoria; que não passa do discurso á prática; que o rotariano gosta mesmo é de palavras bonitas, mas de ação que é bom, não tem notícia.

Para não deixar que o novo sócio seja contaminado por idéias negativas, é preciso levá-lo a conhecer, efetivamente, todos os projetos e ações do clube.

Mas, podeis dizer: _Meu clube não tem projetos aonde eu possa levar o novo companheiro!

_ “Ora, direis, ouvir estrelas!” Sempre existe alguém que conhece algum trabalho, em algum lugar, que mereça ser mostrado. Se o novo companheiro se engajar em algum projeto, dentro dos princípios e ideais rotários, se duas ou mais pessoas aderirem, então aquele será um projeto do clube.

Torne essas visitas obrigatórias, condição sine qua nom, para que o novo sócio seja efetivado como rotariano.

Estenda o convite aos rotarianos antigos, que andam afastados. É preciso, às vezes, sacudir um pouco um companheiro para tirá-lo da apatia, da inércia, da acomodação.

Só assim, teremos um quadro social atuante, mobilizado para a grande mudança. É fazendo antes a transformação interior, para que, vendo, vivendo e aprendendo, possa o Rotary, afinal, ocupar o lugar que merece no coração de cada rotariano.


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sábado, 5 de setembro de 2009

O FUTURO DO NOSSO ROTARY



 O FUTURO DO NOSSO ROTARY

RELAÇÃO ROTARY / EMPRESAS


MÁRIO CÉSAR MARTINS CAMARGO

(Palestra apresentada no XXXII IRB de Gramado – RS, em setembro de 2009

 Gravação e transcrição por Alberto Bittencourt)



i)          - INTRODUÇÃO


Vamos falar da relação entre o Rotary e as entidades empresariais, na condição de vice-presidentes da FIESP – Federação das Industrias de São Paulo, na gestão do atual presidente Paulo Scaff,

Considerando que o mundo de hoje exige que as empresas tenham consciência social e ambiental, devemos pensar nas entidades empresariais e nas empresas como oportunidades de emparceiramento.

As empresas mais valorizadas são aquelas conhecidas por uma atitude ambiental e socialmente correta. Isso se reflete no seu valor de mercado. Existe até um link na Bolsa de Valores de São Paulo que destaca as empresas com preocupação sócio-ambiental, dando-lhes uma valorização patrimonial superior às demais. Essa carteira significa mais dinheiro no bolso dos acionistas. O mundo empresarial já entendeu que a preocupação sócio-ambiental não é apenas uma ferramenta de marketing. Ela reverte em benefício do próprio empresário.

Esse é o mercado potencial que o Rotary pode explorar. Nós estamos gradativamente lidando com gente mais e mais propensa a apoiar atividades voltadas para a comunidade, para a preservação ambiental. Não é benemerência, não é filantropia, é retorno de investimentos. Eu falo como vice-presidente da FIESP.

Na FIESP, essa atitude é uma postura pública do próprio presidente da Federação. Desde que Paulo Scaff tomou posse, ele adotou a diretriz de trazer a FIESP de encontro à sociedade. Até então a FIESP era considerada uma entidade distante, protegendo seus interesses logísticos, nem sempre aberta ao público.

O presidente Scaff convocou o seu Conselho Diretor e decidiu se aproximar mais da comunidade.

Se vocês estivessem três semanas atrás na FIESP, teriam visto o presidente Lula com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, promoverem um encontro de 50 empresários chilenos com duzentos empresários brasileiros.

Políticas nacionais são decididas hoje no âmbito da FIESP. Um exemplo é o renascimento da escola de debates, projeto abandonada pela própria FIESP na década de setenta. Hoje esse projeto foi retomado. Lá você pode ver autoridades dos poderes judiciário ou legislativo estabelecendo pontos de comunicação com a Federação, contrariando interesses lobistas de favorecimento econômico interno.

Então, o que podemos observar no mundo empresarial?

Por um lado, nós temos empresas mais propensas a aceitar um discurso de emparceiramento econômico voltado para o social.

Por outro, encontramos federações ou entidades de classe, como a ABIGRAF, a qual presidi até o ano passado, que congrega 18 mil gráficas do Brasil inteiro, também com preocupações voltadas para esse binômio sócio-ambiental.

O que nós rotarianos podemos fazer diante desse mercado de oportunidades?

Vamos seguir a mesma metodologia proposta por RI para o distrito e para os clubes: o planejamento estratégico. Talvez nós pudéssemos empregá-la na nossa abordagem às entidades empresariais.

 Então, qual é a nossa situação atual? Fazendo um “brainstorm” ou, como se diz lá no interior de São Paulo, um “toró de palpites”:

- Quais são os nossos pontos fortes?

- Quais são os nossos pontos fracos?

- Quais são as propostas que nós podemos fazer? Lembrem-se, nós estamos falando com empresários que são normalmente pessoas objetivas que só aceitam fazer investimentos visando retorno. Então, na nossa abordagem, devemos absolutamente pactuar com esses objetivos.

Aonde queremos chegar?

Que tipo de relacionamento nós queremos desenvolver com esse pessoal?

Vamos estabelecer um plano trienal, assim como o Rotary estabeleceu no planejamento estratégico em nível global. Aqui não podemos descer a nível distrital, onde cada um de vocês vai planejar ações com as sociedades empresariais locais.  Vamos definir dados, vamos definir pessoas, vamos definir recursos e por fim, vamos colocar isso em prática.

Quais são os nossos PONTOS FORTES? Ontem, o EGD Paulo Casanova do Distrito 4.610 apresentou esse trabalho de levantamento dos pontos fortes e fracos do seu Distrito. Ele é o resultado do trabalho coletivo, de um brainstorm, e serve como linha de orientação para todos nós.



ii) DESENVOLVIMENTO



A – PONTOS FORTES


1)   TEMPO DE SERVIÇO

O primeiro ponto que o companheiro deve abordar, para vender o seu projeto a uma Federação de Indústria, por exemplo, é:

- há quanto tempo Green Peace está no negócio de servir?

- há quanto tempo o Mac Donalds está no negócio de servir?

- há quanto tempo o RI está no negócio de servir?

Alguém tem 105 anos de serviço? Não que eu saiba.

Porque eu apontei essas outras ONGs? Porque não se iludam, nós concorremos com entidades não governamentais de forte presença no mercado. Nós concorremos sim, nós não somos os únicos.


2)   CAPILARIIDADE / INTERNACIONALIDADE

Capilaridade / Internacionalidade à para mim, uma é decorrência da outra.

Que outra instituição está presente no mundo com a nossa territorialidade?

São 210 países e regiões, 33 mil clubes que vão do Rotary Club de Chicago, o Number One, até o Rotary Club de Gramado.

Eu também não conheço que outras entidades têm essa presença, ilimitada, no mundo todo.


3)   ABRANGÊNCIA

Que outra instituição permite uma gama tão flexível de serviços?

Quando falamos no Green Peace, falamos em questões ambientais.

Quando falamos de entidades voltadas para a proteção do câncer infantil, como por exemplo, o Mac Donalds, falamos apenas de proteção do câncer infantil.

Se quisermos patrocinar um programa de erradicação da pobreza em crianças de rua, não devemos convidar o Mac Donnalds, o estatuto deles não permite. Ele não patrocinará.

Nós somos diferentes. Nós temos programas de jovens, programas de intercambio, programas de água, programas de saúde, programas de educação e muito mais, ou seja, nossa finalidade e nossa abrangência são ilimitadas.


4)   DIVERSIDADE:

Que outra instituição tem tantas e tão diversificadas profissões dentro do mesmo Rotary Club?

Se nós pensarmos em instituições de classe, vem à nossa mente quase que imediatamente o protótipo do representante dessas instituições.

A nossa instituição é diferente. Ela é muito diversificada, muito rica, ela tem pretos, brancos, amarelos, pardos, homens, mulheres, jovens, velhos, evangélicos, católicos, protestantes, budistas, islâmicos. Somos todos iguais.


5) CONTRA PARTIDA:

 E esse é o tipo do argumento que interessa ao empresário que procuramos.

Que outra instituição apresenta a real possibilidade de emparceirar, colocando dinheiro no lugar de discurso? Como diz o americano, “put your money or your mouth”. Nós temos essa possibilidade. Ao contrário de algumas instituições que são apenas receptoras de dinheiro, nós também somos doadores de dinheiro. Nós também podemos equiparar o cheque do Bill Gates.

        Que outra instituição pode enfrentar o desafio de Bill Gates de doar 200 milhões de dólares para combater a pólio?

        Não me consta que a Fundação Bill Gates tenha um paralelo na sua história, como essa de doação com contra partida.

        As iniciativas locais de nossos Rotary Clubs devem deixar bem claro essa contra partida que provemos através de nossos programas.


                6) FORÇA DE TRABALHO

        Nós somos muito grandes. Ainda que estejamos estagnados no Quadro Social há 20 anos, ainda somos uma força de trabalho poderosa, de 1.2 milhões de indivíduos no mundo. Também não sei que outra ONG pode ombrear conosco, em termos de uma força de trabalho voluntária, ativa e, em alguns casos, até pagante.

        Ainda temos outra vantagem competitiva em relação a outras entidades: nós colocamos a mão na massa.

        Quando nós patrocinamos uma entidade, através de um Rotary Club local, nós temos empresários rotarianos participando do levantamento de fundos, até mesmo tirando recursos de seus fornecedores.


7) GOVERNANÇA:

Nós somos uma entidade constantemente auditada, não só por auditores externos, profissionais, mas também pelos próprios rotarianos. Nós não temos como partir para a “pilantropia”.

Nós temos barreiras muito pesadas contra qualquer forma de desperdício. Nós somos constantemente forçados a reduzir custos, a trabalhar com mais e mais voluntários, somos obrigados a prestar contas de cada centavo recebido.

Não sei se existe outra entidade com essa transparência


8) RELACIONAMENTO EMPRESARIAL:

Quem dentro desta platéia pertence aos quadros de uma Associação Comercial, Industrial, de Classe, Associação Profissional, Clube de Diretores Lojistas?

Quantos de nós participamos da vida comunitária, empresarial, associativa?

Só aqui tem uns quarenta. Quer dizer, nós nem precisamos de contatos para ter acesso a essas entidades. Nós somos o contato.


B - PONTOS FRACOS:


1) IDADE MÉDIA

89% dos sócios tem mais de 40 anos, ou seja, se Paul Harris fosse vivo, talvez, pela sua jovem idade, nem fosse admitido num Rotary Club.

Uma oportunidade que nós temos são os Interacts e Rotaracts Clubs, o que significa que nós já temos a porta de entrada dos jovens. Porque não explorar?


2) FALTA DE FÓCO.

Nós somos muito abrangentes.

É mais fácil comprar uma idéia de uma entidade que só tem um programa, cuja bandeira é o foco, é o lema daquela instituição, do que do Rotary.

Então a mesma abrangência que nos favorece de um lado, por outro pode ser contraproducente. Essa multiplicidade de programas pode ser um fator de dificuldade para conseguir parceiros.


3) DESCONTINUIDADE

Um dos nossos potencias problemas é a descontinuidade. Eu, como empresário, tenho que ter uma visão de longo prazo. Para que eu, empresário, possa investir num programa específico do seu Rotary Club eu preciso da garantia de que o seu sucessor continuará patrocinando esse programa.

Eu sei que o retorno pode não acontecer no mesmo ano rotário, mas quem garante que ele acontecerá no ano seguinte, ou nos seguintes?

 Esses são pontos que nós temos que trabalhar e nós temos que garantir através de ações e de compromissos de longo prazo.

Exatamente por isso, o Planejamento Estratégico do Rotary prevê mecanismos de serviços e de comprometimento até três gestões à frente.


4) IMAGEM

A nossa imagem na sociedade é que somos um clube de negócios. Nós somos vistos  ainda como um clube formado por homens de negócios, de certo nível social. Só que essa visão não corresponde mais à realidade. Entretanto, não é isso que a sociedade percebe.

A imagem do Rotary, nas entidades que eu represento, ainda é distorcida.

Nós temos que saber como corrigir isso.


C - Plano de implementação


Que entidade nós vamos abordar? Aqui, por exemplo, levantaram a mão uns quarenta participantes de associações diversas. Vamos fazer a lista dessas entidades: pode ser Conselho de Profissionais, Associações Comerciais e Profissionais, enfim, quem é que, dentro dessa associação está articulado com uma entidade como o Rotary?

Em quanto tempo nós pretendemos desenvolver essas relações? Nós precisamos fazer um plano para comprometer o sucessor, estabelecer uma linha de trabalho com cronograma, pessoas responsáveis, pontos de checagem, objetivos.

Portanto, nossa relação com nossos parceiros empresariais tem que ser fundamentada num planejamento estratégico. É assim que funciona.


D - PROPOSTAS

Que propostas faremos?

Na hora de dirigir as propostas, nós devemos lembrar que temos a  ABTFR - Associação Brasileira da The Rotary Foundation, que é uma OSCIP, com as vantagens fiscais da legislação.  

A nível de clube, a nível de distrito, qual o retorno de marketing que nós vamos dar a essas empresas ou a essas entidades?

 Nós podemos permitir associação desses parceiros privados com o logotipo do Rotary? Sim, ou não? Nós temos que nos posicionar, para que as empresas possam avaliar corretamente.

Duas semanas atrás houve um seminário da ABTRF patrocinado pelo Rotary Club de Santo André – Norte. Esse clube doou para a Fundação Rotária o ano passado, US$1.125,00 per capita. É o clube campeão do nosso distrito em arrecadação. Eles tomaram a iniciativa de organizar esse seminário no pólo petroquímico do ABC. Uma das preocupações foi que tipo de retorno nós podemos oferecer para essa gente? Eles têm dinheiro. Estou falando de um clube que tem preocupação ambiental. Que tipo de proposta vamos levar para esses empresários?

Como é que está funcionando esse emparceiramento do Rotary, que é de voluntários, que é de longo prazo, que é um processo, que não acontece da noite para o dia, com as empresas, dentro do distrito?

Essas são as contribuições do nosso distrito nos últimos cinco anos: saímos de US$ 242 mil/ano para US$ 688 mil no ano 2006/07.

As contribuições para a ABTRF, que é o novo braço empresarial para contribuições, estão evoluindo anualmente.

Esses últimos cinco anos, dos US$2,10 milhões de contribuições do nosso distrito para a Fundação, US$ 312 mil foram para a ABTRF. Representa 15% dos recursos doados pelo D.4420 à Fundação Rotária, obtidos no mundo empresarial.

15% é um número recente, mais ainda é muito pouco. Há muita verba disponível e muitas oportunidades estão no distrito, estão com os rotarianos, estão nas entidades.


iii) - CONCLUSÃO


Para terminar, cito esta frase do padre Vieira:

“Nós somos o que fazemos. O que não se faz, não existe”.

É um chamamento à ação: planeje, execute,implemente.

O resultado aparece.

Obrigado.


F  I  M

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DOIS ANOS SEM DULCINÉA



Há dois anos, no dia 20 de agosto de 2007, nossa querida Dulcinéa, então governadora do Distrito 4500, nos deixou. Lutou bravamente contra um câncer. A separação causou um grande “vazio” no coração de todos os que a conheceram e com ela conviveram.

A vida é feita de separações. E de encontros.
Em cada separação a tristeza a dor. Em cada encontro a paz, a alegria.

Assim é, também, no reino animal. Vez por outra recebemos pela internet imagens de passarinhos, cães, macacos e outros bichos em manifestação de sofrimento pela perda de um igual. Qualquer filhote, desprovido da mãe se queda triste, abatido, capaz de morrer.

Como eles nós, mamíferos sociais, somos extremamente sensíveis à separação dos entes queridos. A dor de uma separação pode ser até mesmo maior que a dor do sofrimento físico.

As separações fazem parte da vida. São inevitáveis. Tanto as grandes separações, definitivas, como a morte, o divórcio, quanto as menores, temporárias ou não, como deixar um trabalho, os amigos, enviar as crianças para um período de férias. Todas trazem o sentimento da perda, podem ser mais ou menos traumáticas.

Resilientes são os que superam a dor de uma grande perda, um grande trauma, o vazio de uma separação definitiva e retomam a vida normal e produtiva. Os resilientes aprenderam, de uma forma ou de outra, a dizer adeus.

Alguns procuram disfarçar, se mascaram de falsos sentimentos do tipo: não gosto de despedidas. Ou se escondem atrás da máscara da alegria: ora, ora, não vamos fazer melodramas.

Outros fingem, como fingiu o poeta Fernando Pessoa:

O poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.


Há os que extravasam na arte, na poesia, na música, de várias formas.

Há os que engolem seco, se fecham na introspecção, na solidão interior.

Talvez os mais corajosos sejam os que se debulham em lágrimas, choram, sem ter palavras para expressar a tristeza que lhes vai n’alma.

Na separação de um ente querido, não ficar triste é que seria realmente triste. Significa que nada de importante se viveu junto.

No “Pequeno Príncipe” a raposa encontra um novo sentido na cor dos campos de trigo, quando ela percebe a semelhança com os cachos dourados dos cabelos do menino que se tornara seu amigo.

Saint Exupéry descreve a separação:

– Ah! Disse a raposa, eu vou chorar.
_ A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal, mas tu quiseste que eu te cativasse...
– Quis , disse a raposa.
– Mas tu vais chorar, disse o principezinho.
– Vou, disse a raposa.
– Então não sais lucrando nada!
– Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.


Como nos mostrou a raposa, existe uma formidável maneira de se dizer adeus. Não é apenas expressando a tristeza, mas cultivando o que se guarda do outro. É uma maneira simples de mostrar que a relação é mais forte que o tempo e o espaço.

Um poeta definiu: saudade é tudo aquilo que fica de alguém que já se foi.

Ao dizer adeus à Dulcinéa, Reinaldo garantiu que seu amor continuaria a animá-lo interiormente. Posso imaginar seu sentimento que também é nosso:

Estarei sempre triste com a tua ausência, mas, ao sentir a tua falta, direi para consolo de cada dia: eu te amo. E tu estarás o tempo todo a preencher o vazio da minha saudade. Retomarei sozinho a aventura de minha vida, a saber que tua voz estará sempre me acompanhando.